terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Atualidades ENEM



ATUALIDADES ENEM 2016

Se as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) fossem de comer, elas teriam um gosto inconfundível. Sabe por quê? Por causa de um ingrediente que é salpicado em praticamente todo o seu recheio: o uso de temas da atualidade.
Não importa se a pergunta é de português, matemática, química ou geografia. Ela sempre pode vir com pitadas (mais ou menos intensas) de assuntos que dizem respeito a problemas do mundo contemporâneo.
Portanto, prepare-se para se informar sobre a situação social, econômica, política e ambiental do Brasil e de outros países.

Guerra civil na Síria

Há alguns anos, os telejornais têm sido preenchidos todos os dias com uma escalada de imagens de violência e histórias de tragédias humanas vindas de um país do Levante, a Síria. Um dos fatores por trás dessa crise é a guerra civil que começou ali em março de 2011. O conflito fratricida foi estimulado, entre outras causas, por uma luta étnica e política entre a oposição sunita e o regime do presidente Bashar al-Assad, que é alauíta.
Inicialmente, as insurgências contra o governo, visto por muitos como ditatorial, se inseriram entre as manifestações da chamada Primavera Árabe, um termo inventado por ocidentais para designar uma série de revoltas contra políticas repressoras de alguns países do Oriente Médio e do norte da África a partir de 2010.
Nesse contexto de fragmentação do poder central da Síria, grupos extremistas ganharam terreno. É o caso do Estado Islâmico, que passou a controlar cerca de metade do território do país, incluindo a região da antiga cidade de Palmira. O Estado Islâmico, que surgiu no Iraque, tornou-se mais conhecido por divulgar vídeos em que seus prisioneiros são executados de modo cruel (muitas vezes, por meio da degola, enquanto a vítima está viva e consciente).
Mais de 200 mil pessoas já morreram na Síria em função da guerra. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), também em decorrência da guerra existem mais de quatro milhões de refugiados sírios espalhados pelo mundo, inclusive no Brasil. Esse grande deslocamento humano, principalmente no sentido dos países ricos do oeste e do norte Europa, é um dos maiores da história contemporânea. Outros milhões de pessoas tiveram que migrar no interior da própria Síria, abandonando suas casas definitivamente. Federico Gambarini/EFE - Disponível em: http://educacao.uol.com.br/listas/enem-2015-10-temas-de-atualidades.htm – Acesso em 26/01/2016. As 19h45min. 
 Migrações em massa
         A crise na Síria é um dos principais motores da atual migração em massa de pessoas do Oriente Médio para a Europa. Mas não é o único. E nem a Europa é o único destino dos refugiados no mundo, embora seja, atualmente, um dos mais visados.
É o caso de pessoas de diversas nacionalidades que cruzam diariamente o Mar Mediterrâneo com o objetivo de chegar à costa de algum país europeu (em especial, a Grécia e a Itália). Elas fazem isso usando botes sem nenhuma segurança, fornecidos por traficantes baseados no norte da África, o que costuma levar a naufrágios com dezenas de mortes. Entre esses imigrantes, estão muitos eritreus, nigerianos e somalis.
A Eritréia, um país do chamado Chifre da África, península situada ao nordeste do continente, se tornou independente da Etiópia em 1993, após uma prolongada guerra de libertação. Desde então, outras guerras (com o Iêmen e novamente com a Etiópia) assolaram o país, comandado pelo mesmo presidente desde a independência. Como o serviço militar é obrigatório e sem prazo para terminar, há uma fuga intensa de habitantes do país. Segundo a ONG Human Rights Watch, na Eritreia não existe multipartidarismo nem liberdade de imprensa. Denúncias dão conta de que a repressão política é frequente em seu território. Rui Calaresi, professor de geografia do Cursinho da Poli, destaca que a fome é outro sério problema que acomete o país.
Por sua vez, a Nigéria vive uma onda de violência no noroeste do país, dominado pelo grupo insurgente Boko Haram, que já matou civis, além de sequestrar e estuprar várias mulheres e destruir casas e escolas, levando ao deslocamento forçado de milhares de pessoas. O governo central, que combate os extremistas, precisa lidar ainda com corrupção e ataques aos direitos humanos praticados por membros do seu próprio exército.
Na Somália, outro país africano vizinho da Etiópia, um longo conflito envolvendo o grupo armado Al-Shabaab, que controla uma parte do território, desestabiliza a população, sendo frequentes os assassinatos e as tentativas de fugas. Para piorar, mesmo as tropas do governo têm sido acusadas de abusos, inclusive estupros.
Além desses países, o Afeganistão, na Ásia, e a Líbia, na África, integram a lista de nações com um grande número de refugiados no exterior. Para o Enem, o estudante deve ter em conta que o Brasil também recebe refugiados. "Apesar da crise, o país segue atraindo sírios, haitianos, senegaleses, nigerianos e bolivianos", diz o professor Danilo Simões, da Oficina do Estudante. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/listas/enem-2015-10-temas-de-atualidades.htm – Acesso em 26/01/2016. As 19h45min.

Charlie Hebdo passa dos limites em nova charge e revolta o mundo

Charge divulgada em nova edição do Charlie Hebdo é desnecessária e de péssimo gosto. Jornal satírico francês provocou a revolta de milhões de internautas em todo o mundo ao comparar menino refugiado morto a estuprador
A revista francesa Charlie Hebdo, onde 12 pessoas morreram durante um ataque à sua redação em represália por caricaturas do profeta Maomé em janeiro do ano passado, semeou mais polêmica esta semana com uma charge sobre a morte do pequeno Aylan Kurdi e a crise dos refugiados.
Laurent Sourisseau “Riss”, caricaturista e diretor da publicação, aproveita o recente alerta pelos abusos sexuais e roubos maciços registrados na noite de Ano Novo na Alemanha, entre cujos supostos autores há solicitantes de asilo, para imaginar o hipotético futuro da menino sírio caso sua viagem à Europa tivesse sido bem sucedida.

No que teria se transformado o pequeno Aylan se ele tivesse crescido? Apalpador de bundas na Alemanha”, assinala o desenho, no qual se vê uma imagem do menino afogado em setembro do ano passado nas praias da Turquia junto à de um par de jovens perseguindo meninas.
As redes sociais se encheram esta semana de críticas contra essa charge, nas quais vários internautas, franceses e de outras nacionalidades, disseram não entender o sentido da ilustração e acusaram a revista satírica de racismo.
As brincadeiras da revista sobre Aylan já tinham causado em setembro do ano passado um outro escândalo, depois que parodiou a imagem do menino, de três anos.
“A prova de que a Europa é cristã. Os cristãos caminham sobre as águas e as crianças muçulmanas se afogam”, dizia então o texto de uma charge também assinada por Riss, atual diretor da revista após o assassinato de seu antecessor, Stépahne Charbonnier “Charb” no ataque jihadista de um ano atrás.
Esta nova sátira, no entanto, encontrou também defensores que mencionam o particular humor da publicação. “E agora as pessoas descobrem que na Charlie Hebdo o humor pode ser negro e de mau gosto”, ironizou um internauta, enquanto outros elogiaram sua forma de denunciar “com força” o racismo contra os refugiados.
Em seu editorial do último dia 4 de janeiro, com o qual a revista lembrou o primeiro aniversário da tragédia, Riss já havia comentado que “a morte sempre fez parte da publicação”, em primeiro lugar porque estava ameaçada de fechar por razões econômicas. Agência EFE