01.
(ENEM – 2011) No mundo árabe, países governados há décadas por regimes
políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30
anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro
e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por
modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos,
vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça
e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia,
o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em
seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o
Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a
ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA,
C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. IstoÉ Internacional. 2 mar. 2011
(adaptado).
Considerando
os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos
jovens árabes
a) Reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
b) Tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
c) Manter o distanciamento necessário à sua segurança.
d) Disseminar vírus capazes de destruir programas dos
computadores.
e) Difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a
população.
02.
(ENEM 2009) A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa, na
América Latina, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na
América Latina — onde as instituições das populações locais existentes à época
da conquista ou foram eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram
frágeis, como no caso do Brasil —, são o resultado, em geral, da evolução do
transplante de instituições europeias feito pelas metrópoles para suas
colônias. Na África, as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas,
separando etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao
processo de descolonização, dando razão para conflitos que, muitas vezes, têm
sua verdadeira origem em disputas pela exploração de recursos naturais. Na
Ásia, a colonização europeia se fez de forma mais indireta e encontrou
sistemas políticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs.
Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito,
sobrevivem nas organizações políticas do Estado asiático. GUIMARÃES, S. P.
Nação, nacionalismo, Estado. Estudos Avançados. São Paulo: EdUSP, v. 22,
n.º 62, jan.- abr. 2008 (adaptado).
Relacionando
as informações ao contexto histórico e geográfico por elas evocado, assinale a
opção correta acerca do processo de formação socioeconômica dos continentes
mencionados no texto.
a) Devido à falta de recursos naturais a serem explorados
no Brasil, conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África estiveram
ausentes no período da independência e formação do Estado brasileiro
b) A maior distinção entre os processos histórico
formativos dos continentes citados é a que se estabelece entre colonizador e
colonizado, ou seja, entre a Europa e os demais.
c) À época das conquistas, a América Latina, a África e a
Ásia tinham sistemas políticos e administrativos muito mais sofisticados que
aqueles que lhes foram impostos pelo colonizador.
d) Comparadas ao México e ao Peru, as instituições
brasileiras, por terem sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais
influência dos modelos institucionais europeus.
e) O modelo histórico da formação do Estado asiático
equipara-se ao brasileiro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de
organização anteriores à conquista.
03.
(ENEM – 2007) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano
de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro
palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito
entre Israel e países árabes. A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão
egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglofranceses e
israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O
terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis
Dias, tal a rapidez da vitória de Israel. Em 6 de outubro de 1973, quando os
judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias
atacaram de
surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.
surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.
A
partir do texto acima, assinale a opção correta.
a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada
pela ação bélica de tradicionais potências européias o Oriente Médio.
b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a
terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória.
c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a
partir de decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel.
d) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi
decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe israelense.
e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel
mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947
aprovada pela ONU.
04.
(ENEM – 2006) O relatório anual (2002) da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela transformações na origem dos fluxos
migratórios. Observa-se aumento das migrações de chineses, filipinos, russos e
ucranianos com destino aos países membros da OCDE. Também foi registrado
aumento de fluxos migratórios provenientes da América Latina. Trends in
international migration — 2002. Internet: (com
adaptações).
No
mapa seguinte, estão destacados, com a cor preta, os países que mais receberam
esses fluxos migratórios em 2002.
As
migrações citadas estão relacionadas, principalmente, a
a) Ameaça de terrorismo em paises pertencentes à OCDE.
b) Política dos países mais ricos de incentivo a
imigração.
c) Perseguição religiosa em países muçulmanos.
d) Repressão política em países do Leste Europeu.
e) Busca de oportunidades de emprego.
Essas
significativas mudanças nas fronteiras de paises da Europa Oriental nas duas
ultimas décadas do século XX, direta ou indiretamente, resultaram
a) Do fortalecimento
geopolítico da URSS e de seus países aliados, na ordem internacional.
b) Da crise do capitalismo na
Europa, representada principalmente pela queda do muro de Berlim.
c) Da luta de antigas e
tradicionais comunidades nacionais e religiosas oprimidas por Estados criados
antes da Segunda Guerra Mundial.
d) Do avanço do capitalismo e
da ideologia neoliberal no mundo ocidental.
e) Da necessidade de alguns
países subdesenvolvidos ampliarem seus territórios.
06.
(ENEM – 2005 - adaptada) Um professor apresentou os mapas abaixo numa aula
sobre as implicações da formação das fronteiras no continente africano. Com
base na aula e na observação dos mapas, os alunos fizeram três afirmativas:
I. A brutal diferença entre as fronteiras políticas e as fronteiras étnicas no continente africano aponta para a artificialidade em uma divisão com objetivo de atender apenas aos interesses da maior potência capitalista na época da descolonização.
I. A brutal diferença entre as fronteiras políticas e as fronteiras étnicas no continente africano aponta para a artificialidade em uma divisão com objetivo de atender apenas aos interesses da maior potência capitalista na época da descolonização.
II. As fronteiras políticas jogaram a África em uma
situação de constante tensão ao desprezar a diversidade étnica e cultural,
acirrando conflitos entre tribos rivais.
III. As fronteiras artificiais criadas no contexto do
colonialismo, após os processos de independência, fizeram da África um
continente marcado por guerras civis, golpes de estado e conflitos étnicos e
religiosos.
É
verdadeiro apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
07.
(ENEM – 2005 Em conflitos regionais e
na guerra entre nações tem sido observada a ocorrência de seqüestros, execuções
sumárias, torturas e outras violações de direitos.
Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia Geral das Nações
Unidas adotou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, em seu artigo
5º, afirma:
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
Assim, entre nações que assinaram essa Declaração, é
coerente esperar que
a) a Constituição de cada país deva se sobrepor aos
Direitos Universais do Homem, apenas enquanto houver conflito.
b) a soberania dos Estados esteja em conformidade com os
Direitos Universais do Homem, até mesmo em situações de conflito.
c) a violação dos direitos humanos por uma nação autorize
a mesma violação pela nação adversária.
d) sejam estabelecidos limites de tolerância, para além
dos quais a violação aos direitos humanos seria permitida.
e) a autodefesa nacional legitime a supressão dos
Direitos Universais do Homem.
08. A questão étnica no Brasil tem provocado
diferentes atitudes:
I. Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra”
em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do 13 de maio. Essa nova
data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à
segregação e à exclusão social.
II. Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no
carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa entre as diversas
etnias.
Também sobre essa questão, estudiosos fazem diferentes
reflexões:
Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta
pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade
de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de
preconceitos de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela
cunhã, pela índia (...) agiu poderosamente na formação do Brasil, adoçando-o.
(Gilberto Freire. O mundo que o português criou.) [Porém] o fato é que ainda
hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das “raças” em
condições de igualdade social. O resultado foi que (...) ainda são pouco
numerosos os segmentos da “população de cor” que conseguiram se integrar,
efetivamente, na sociedade competitiva.
(Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.)
(Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.)
Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de
vista dos estudiosos, é correto aproximar
a) A posição de Gilberto Freire e a de Florestan
Fernandes igualmente às duas atitudes.
b) A posição de Gilberto Freire à atitude I e a de
Florestan Fernandes à atitude II.
c) A posição de Florestan Fernandes à atitude I e a de
Gilberto Freire à atitude II.
d) Somente a posição de Gilberto Freire a ambas as
atitudes.
e) Somente a posição de Florestan Fernandes a ambas as
atitudes.
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema
que também se encontra nos versos transcritos em:
a) “Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas
mulheres Rotas alteradas.” Vinícius de Moraes)
b) “Somos muitos severinos iguais em tudo e na sina: a
de abrandar estas pedras suando-se muito em cima.” (João Cabral de Mello Neto)
c) “O funcionário público não cabe no poema com seu
salário de fome sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
d) “Não
sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em
mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)
e) “Os inocentes do Leblon Não viram o navio entrar (...) Os inocentes, definitivamente inocentes tudo ignoravam, mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
e) “Os inocentes do Leblon Não viram o navio entrar (...) Os inocentes, definitivamente inocentes tudo ignoravam, mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)
10.
Segundo Samuel Huntington (autor do livro, O choque das civilizações e a
recomposição da ordem mundial), o mundo está dividido em nove
“civilizações” conforme o mapa abaixo. Na opinião do autor, o ideal seria que
cada civilização principal tivesse pelo menos um assento no Conselho de
Segurança das Nações Unidas.
Sabendo-se
que apenas EUA, China, Rússia, França e Inglaterra são membros permanentes do
Conselho de Segurança, e analisando o mapa acima pode-se concluir que
a) Atualmente apenas três civilizações possuem membros
permanentes no Conselho de Segurança.
b) O poder no
Conselho de Segurança está concentrado em torno de apenas dois terços das
civilizações citadas pelo autor.
c) O poder no Conselho de Segurança está desequilibrado,
porque seus membros pertencem apenas à civilização Ocidental.
d) Existe uma concentração de poder, já que apenas um
continente está representado no Conselho de Segurança.
e) O poder está diluído entre as civilizações, de forma
que apenas a África não possui representante no Conselho de Segurança.
11. No dia 7 de outubro de 2001, Estados Unidos e
Grã-Bretanha declararam guerra ao regime Talibã, no Afeganistão. Leia trechos
das declarações do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e de Osama
Bin Laden, líder muçulmano, nessa ocasião:
George
Bush:
Um comandante-chefe envia os filhos e filhas dos
Estados Unidos à batalha em território estrangeiro somente depois de tomar o
maior cuidado e depois de rezar muito. Pedimos-lhes que estejam preparados para
o sacrifício das próprias vidas. A partir de 11 de setembro, uma geração
inteira de jovens americanos teve uma nova percepção do valor da liberdade, do
seu preço, do seu dever e do seu sacrifício. Que Deus continue a abençoar os
Estados Unidos.
Osama
Bin Laden:
Deus abençoou um grupo de vanguarda de muçulmanos, a
linha de frente do Islã, para destruir os Estados Unidos. Um milhão de crianças
foram mortas no Iraque, e para eles isso não é uma questão clara. Mas quando
pouco mais de dez foram mortos em Nairóbi e Dar-es-Salaam, o Afeganistão e o
Iraque foram bombardeados e a hipocrisia ficou atrás da cabeça dos infiéis
internacionais. Digo a eles que esses acontecimentos dividiram o mundo em dois
campos, o campo dos fiéis e o campo dos infiéis. Que Deus nos proteja deles. (Adaptados
de O Estado de S. Paulo, 8/10/2001)
Pode-se
afirmar que:
a) A justificativa das ações militares encontra sentido
apenas nos argumentos de George W. Bush.
b) A justificativa das ações militares encontra sentido
apenas nos argumentos de Osama Bin Laden.
c) Ambos apóiam-se num discurso de fundo religioso para
justificar o sacrifício e reivindicar a justiça.
d) Ambos tentam associar a noção de justiça a valores de
ordem política, dissociando-a de princípios religiosos.
e) Ambos tentam separar a noção de justiça das
justificativas de ordem religiosa, fundamentando-a numa estratégia militar.
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