domingo, 25 de julho de 2010

Desenvolvimento Sustentável

O que é desenvolvimento sustentável?

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

          Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

 



 O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
         
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
          Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?
 
http://bradescobancodoplaneta.ning.com/
          O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível. Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.
          Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades. Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.
          Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida britânico, teria respondido: "...a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?"
          A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar. Os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial devem ser reestruturados para levar em consideração o meio ambiente.

Disponível em www.geomundo.com.br

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Exército dos EUA alerta para potencial conflito entre Índia e Paquistão


DA FRANCE PRESSE, EM NOVA DÉLHI
O chefe do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos e o emissário americano para o Afeganistão e Paquistão alertaram nesta quinta-feira sobre a possibilidade de ataques extremistas para provocar um conflito entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares adversárias.
O almirante Michael Mullen disse temer que os extremistas cometam novos ataques na Índia como os de Mumbai no final de 2008 para desencadear uma guerra com o vizinho Paquistão.
Mullen começou nesta quinta-feira uma visita de dois dias à Índia, que coincide com outra do emissário americano para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holbrooke.
"Preocupa-me muito um novo ataque, ou algo parecido", declarou aos jornalistas a bordo do avião que o levava para Nova Délhi.
Índia e Estados Unidos atribuíram os atentados ao grupo islamita baseado no Paquistão Lashkar e Taiba (LeT).
Os dois adversários asiáticos iniciaram um processo de paz em 2004 que foi suspenso depois dos atentados.
Durante os últimos meses, as duas potências nucleares retomaram contato para tentar impulsionar seu complexo diálogo.
Holbrooke declarou, por sua parte, que o LeT é, junto com os talebans, um grupo que busca desestabilizar o sul da Ásia.
"Parecem cada vez mais próximos e seu objetivo a longo prazo é o mesmo: criar o maior número possível de problemas entre a Índia e Paquistão para desatar uma crise", afirmou.
Índia e Paquistão travaram três guerras desde sua divisão em 1947.

Tribunal de Haia afirma legalidade da independência de Kosovo

Reuters
Por Adam Tanner e Reed Stevenson
HAIA (Reuters) - A separação unilateral de Kosovo da Sérvia em 2008 não violou a lei internacional, afirmou o Tribunal Internacional de Justiça nesta quinta-feira, numa decisão com implicações para os movimentos separatistas de todo o mundo.
A decisão da corte -- um grande golpe à Sérvia -- provavelmente levará mais países a reconhecerem a independência de Kosovo e deixar o governo de Pristina mais perto de entrar na Organização das Nações Unidas (ONU). "A corte considera que a lei internacional geral não contém uma proibição aplicável à declaração de independência", disse o juiz Hisashi Owada, presidente do Tribunal Internacional, numa decisão por 9 votos a 5 apresentada na sede da corte, em Haia.
"Portanto, ela concluir que a declaração de independência de 17 de fevereiro de 2008 não violou a lei internacional geral."
Após o anúncio do Tribunal, o presidente da Sérvia, Boris Tadic, afirmou que o país "nunca vai reconhecer a independência proclamada unilateralmente de Kosovo", e disse que seu governo vai avaliar os próximos passos.
De acordo com o presidente, a decisão foi "difícil para a Sérvia", mas Belgrado vai continuar lutando por uma resolução da ONU que inicie um diálogo entre as duas partes.
O veredicto do Tribunal Internacional de Justiça deverá estimular regiões separatistas de outros países a buscar maior autonomia. Longe de apresentar uma decisão ambígua, a corte não deixou espaço para interpretações divergentes.
"É um golpe direto no queixo", disse uma autoridade europeia sobre o impacto da decisão sobre a Sérvia.
O ministro das Relações Exteriores de Kosovo, Skender Hyseni, disse que a decisão agora levava a Sérvia a considerá-lo um Estado soberano.
"Eu espero que a Sérvia apareça e venha até nós, converse conosco sobre muitas questões de interesse mútuo e de mútua importância", disse Hyseni à Reuters. "Mas as conversações apenas podem ocorrer como conversações entre Estados soberanos."
Os EUA e a maioria dos outros países do Ocidente reconheceram a declaração de independência de Kosovo de fevereiro de 2008, mas a Sérvia rejeitou, assim como a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
A Sérvia perdeu o controle sobre Kosovo em 1999, quando uma operação de 78 dias da Otan colocou fim a dois anos de guerra entre a Sérvia e os albaneses de Kosovo, instaurando um governo da ONU e um cessar-foto monitorado pela Otan.
(Reportagem adicional de Arshad Mohammed em Washington e Willam Maclean em Londres)
 

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Imperialismo Norte-americano

O imperialismo planeja novas guerras

O aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e as consequências econômicas e políticas da decadência relativa dos EUA e dos países imperialistas da Europa, estão gerando novos conflitos potenciais em uma situação internacional de transição. A história nos diz que essas situações podem redundar em mais instabilidades, tensões e conflitos armados. E existem planos de guerra dos EUA e da OTAN para vários continentes.

Por Ricardo Alemão Abreu

O imperialismo não está disposto a ceder poder sem opor resistência. Um exemplo recente é o que acontecido depois do Acordo Brasil-Irã-Turquia. O acordo diplomático foi uma vitória das forças defensoras da paz, da soberania e da autodeterminação dos povos, e desmascarou as reais intenções do imperialismo dos EUA e seus aliados europeus, que não estão interessados na paz, mas em limitar o desenvolvimento tecnológico de outras nações para assegurar o seu monopólio da energia nuclear, mesmo para fins pacíficos; e ainda promover a subordinação dos países a uma ordem internacional baseada na opressão e na guerra imperialista.

Os EUA podem desencadear uma “guerra preventiva” contra o Irã

A aprovação de novas sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU, e a imposição de sanções unilaterais adicionais pelos EUA e pela União Européia, visam a manutenção do atual sistema de poder mundial, caracterizado pela hegemonia dos EUA, e sufocar as tendências à multipolaridade e a novos papéis internacionais que podem ter países como o Brasil.

As novas estratégias militar e de segurança nacional dos EUA do presidente Barack Obama retoricamente prometem cooperação e multilateralismo. Na prática, todavia, mantém o rumo de impor seus interesses pela força e pela guerra. Segundo essas novas estratégias, os EUA, alegando a prioridade para a prevenção da proliferação nuclear, autorizam a si mesmos, em nome dos seus “interesses vitais” ou de seus aliados, como Israel, a realizar um ataque com armas nucleares, em condições “extremas”, contra qualquer país, ainda que este não detenha armamento nuclear, como é o caso do Irã. Na verdade, é a continuidade da política de “guerra preventiva” e de “guerra infinita” de George Bush. Em outras palavras, manter o poder dos EUA pela força militar, custe o que custar à humanidade.

Os fatos contradizem a retórica. Depois de um ano e meio de governo Obama, fica cada vez mais claro que os interesses de potência imperialista falaram mais alto que os discursos de campanha. Os EUA investirão em 2011, 780 bilhões de dólares em suas forças armadas, orçamento recorde desde o final da Segunda Guerra que supera em 49% o orçamento de 2000, e que é maior que os gastos militares somados de todos os demais países do mundo. Os EUA insistem em manter bases militares por todo o globo terrestre, como na ilha africana de Diego Garcia, direcionada a um possível ataque ao Oriente Médio e à Ásia Central.

Os EUA e a OTAN se capacitam para o que chamam de “Ataque Global Imediato Convencional”. Com a alteração do caráter da OTAN, que passará a atuar em todos os continentes e mares, até as Ilhas Malvinas e outros territórios próximos da América do Sul são reais ou potenciais bases militares da aliança agressiva. As forças especiais dos EUA, especializadas em ações clandestinas de guerra, em missões de inteligência, subversão e “desestabilização”, já operam em 75 países, sendo que há um ano atrás estavam em 60 países. “O mundo é o campo de batalha”, disse um alto oficial das forças especiais estadunidenses.

As agressões ao Irã se intensificam. Para o imperialismo é preciso conter o Irã e reconquistar a Turquia, antiga aliada e membro da OTAN, para não “desestabilizar” o seu controle na região do Oriente Médio e da Ásia Central. EUA e Israel se preparam para uma possível intervenção militar, deslocando forças navais através do Canal de Suez rumo ao Golfo Pérsico, próximo às costas marítimas iranianas. Negociam com a Arábia Saudita o uso do espaço aéreo em eventuais bombardeios.

O roteiro dos EUA é similar ao da guerra contra o Iraque, com pressões diplomáticas, medidas cerceadoras na ONU, campanha midiática com base em falsidades, a alegação de eventual descumprimento das sanções, e o acionar do plano de intervenção militar, direta ou através de Israel. Muitas lideranças políticas, intelectuais e especialistas no tema militar, inclusive nos EUA, levantam a possibilidade da guerra contra o Irã ser “a guerra de Obama”, assim como a guerra do Afeganistão e do Iraque foram as guerras de Bush, que Obama continua.

Escalada militar estadunidense no Oriente Médio, na Ásia e na América Latina

Na Ásia Central e no Oriente Médio, região estratégica para o domínio imperialista global, os EUA e seus aliados da OTAN aumentam seus efetivos militares no Afeganistão, prolongam a guerra que já é mais longa que a agressão contra o Vietnã, e prorrogam a ocupação militar no Iraque. Mesmo assim não conseguem vencer a resistência nacional e popular nesses países. Recentemente esse fracasso no Afeganistão derrubou o presidente da Alemanha, que foi obrigado a renunciar após cometer indiscrição e confessar publicamente os reais interesses neocolonialistas na região. A diplomacia ianque pressiona o Azerbaijão para instalar novas bases militares nesse país, similares às que existem no Quirguistão e em outras nações próximas.

Os EUA e Israel ameaçam a Síria e as forças patrióticas no Líbano, sustentam a ocupação na Palestina e o bloqueio criminoso contra a Faixa de Gaza, que a flotilha humanitária, covardemente atacada pelos militares israelenses, tão bem denunciou.
Na Ásia os EUA realizaram recentemente, em conjunto com a Coréia do Sul, manobras militares de grande porte. Em seguida acusaram o governo norte-coreano de afundar um navio de guerra sul-coreano, quando surgem fortes suspeitas de que as próprias forças militares e de inteligência ianques teriam colocado uma mina na embarcação para criar artificialmente uma tensão com a Coréia Popular e tentar isolá-la internacionalmente.

Além desses objetivos, os EUA queriam influenciar as eleições na Coréia do Sul e pressionar o premiê do Japão a manter bases militares estadunidenses em seu território, em especial a de Okinawa, e assim romper uma promessa feita na campanha eleitoral. No Japão o resultado foi a manutenção das bases estadunidenses e a renúncia do premiê japonês.

Diante do anúncio de novas e ainda maiores manobras militares navais EUA-Coréia do Sul no mar Amarelo, que contarão com o famigerado porta-aviões George Washington, o “Diário do Povo”, jornal do Partido Comunista da China, advertiu para os “riscos para a paz e a estabilidade regional”, e declarou “firme oposição” a mais esta “hostilidade contra a China”.
Na América Latina recrudescem as pressões contra a Revolução Cubana e as ameaças à Venezuela, considerada pelos centros de inteligência de Washington “a principal ameaça” contra os EUA nas Américas. Após a reativação da 4ª Frota, os EUA instalam novas bases militares, como em Honduras, onde ajudaram a promover um golpe de estado. A pretexto de ajuda humanitária ao Haiti, após o terremoto no início deste ano, forças militares estadunidenses com mais de 15 mil soldados desembarcaram no país.

Nos últimos dias mais de 7 mil soldados, 46 navios de guerra, porta-aviões, submarinos e helicópteros dos EUA instalaram-se em bases na Costa Rica, supostamente para combater o narcotráfico. O governo colombiano segue a linha traçada pelos EUA de tornar o país uma Israel da América Latina e do Caribe.

Hillary Clinton, chanceler de Obama, comanda a reação diplomática imperialista contra o Brasil. Depois dos países que detém armas nucleares, o Brasil é o país que possui o programa nuclear para fins pacíficos mais avançado, até mais avançado que o iraniano. Por isso, a ameaça ao Irã é também indiretamente uma ameaça ao Brasil, que já recebe pressões e pode ser a próxima vítima. É justamente isso que explica a iniciativa brasileira e turca que resultou no Acordo Brasil-Irã-Turquia.

Os EUA, surpresos com o êxito do acordo, e contrariados pela política externa do governo Lula em diversos temas como na resistência aos golpistas de Honduras, fazem de tudo para isolar o Brasil. Logo depois do anúncio do acordo, a Agência Internacional de Energia Atômica alertou para o risco do Brasil estar gestando armas nucleares e anunciou novas investigações intrusivas em nosso programa nuclear.

A resistência antiimperialista obtém vitórias

A ofensiva militar imperialista global atinge escala inédita, entretanto, não há como colocar travas na roda da história. O capitalismo na sua fase imperialista é um sistema historicamente superado que espalha sangue e destruição em sua rota decadente. A resistência dos povos e países oprimidos está impondo derrotas ao imperialismo, no Oriente Médio, na Ásia Central e em outros cantos da Terra. Em nosso continente, a América Latina, continuam a florescer as forças populares, democráticas e antiimperialistas. O povo brasileiro luta para que, nas eleições de outubro próximo o Brasil siga avançando e mantenha a sua política externa independente e soberana, em defesa da paz, do direito ao desenvolvimento, e de um mundo multipolar. A paz mundial e o socialismo nunca foram tão necessários à humanidade.

Do Sítio www.vermelho.org.br

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Questão Palestina (II)


O ABC do conflito palestino
Os grupos, cidades, siglas, termos e fatos históricos, listados em ordem alfabética

'Muro da Vergonha': crianças palestinas caminham ao lado da barreira
Al-Fatah - Movimento pela Libertação da Palestina. Sob a liderança de Yasser Arafat, o Al-Fatah se tornou a mais forte e mais organizada facção palestina. As autoridades israelenses têm acusado o movimento de ataques terroristas contra Israel desde o início da nova Intifada. As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, responsáveis por vários atentados nos últimos meses em Israel, são os mais radicais membros da organização.
ANP - A Autoridade Nacional Palestina, ou Autoridade Palestina, hoje presidida por Mahmoud Abbas, é a organização oficial que administra a Cisjordânia - a Faixa de Gaza está sob o controle do Hamas desde junho de 2007. Foi criada a partir de um acordo firmado em 1993 entre a OLP (Organização pela Libertação da Palestina) e Israel. Na primeira eleição para o legislativo e executivo da ANP, realizada em janeiro de 1996, Yasser Arafat foi eleito presidente. O acordo previa um mandato de cinco anos, que expiraria em 1999, quando então Israel e palestinos voltariam a negociar o status das áreas palestinas - o que não aconteceu, com a deterioração das relações entre os dois lados.
Belém - Cidade localizada na Cisjordânia, é importante na história de três religiões: a cristã, a judaica e a islâmica. Em Belém, foi erguida a igreja da Natividade, templo cristão que marca o suposto local de nascimento de Jesus Cristo.
Brigada de Mártires Al-Aqsa - Ala do Al-Fatah responsável por 70% dos atentados terroristas contra israelenses em 2006. Foi criada depois do fracasso das negociações de paz, tendo como líder Marwan Barghouti.
Cisjordânia - Área de 5.860 quilômetros quadrados a oeste do Rio Jordão e do Mar Morto, que esteve sob controle da Jordânia entre 1948 e 1967. Atualmente, está sob a administração da Autoridade Nacional Palestina. As cidades mais populosas são Jerusalém, Ramallah, Hebron, Nablus e Belém. Há duas universidades: Bir Zeit, em Jerusalém, e An-Najah, em Hebron.
Faixa de Gaza - É um estreito território com largura que varia de 6 quilômetros a 10 quilômetros às margens do Mar Mediterrâneo. Seus cerca de 360 quilômetros quadrados de área são limitados ao sul pelo Egito e ao norte por Israel. O grupo radical islâmico Hamas controla a região desde junho de 2007, quando tomou o poder à força. A principal cidade do território é Gaza.
Hamas - Grupo fundamentalista palestino que possui um braço político e outro militar. A sigla significa Movimento de Resistência Islâmica, mas também é a palavra que pode ser traduzida como “devoção” em árabe. O movimento nasceu junto com a Intifada. Seu braço político faz trabalhos sociais em campos de refugiados. O braço armado foi o primeiro a usar atentados com homens-bomba na região, em 1992. O braço político venceu as eleições legislativas palestinas em 2006 e tomou o poder à força, na Faixa de Gaza, em junho de 2007, após romper com Mahmoud Abbas, que preside a Autoridade Nacional Palestina (ANP), na Cisjordânia.
Hezbollah - Organização armada terrorista formada em 1982 por xiitas libaneses. Inspirada e orientada pelo Irã e apoiada pela Síria, tem base no Sul do Líbano. Seu objetivo é criar um Estado islâmico no Líbano, destruir Israel e transformar Jerusalém em uma cidade muçulmana.
Igreja da Natividade - Construída em Belém, no suposto local de nascimento de Jesus Cristo.
Intifada - Nome do levante nos territórios palestinos contra a política e ocupação israelense, caracterizado por protestos, tumultos, greves e violência, tanto na Faixa de Gaza quanto na Cisjordânia. A primeira intifada estendeu-se de 1987 a 1993, estimulada principalmente por três grupos: Hamas, OLP e Jihad. Ficou marcada pelo apedrejamento de soldados israelenses por jovens palestinos desarmados. Em setembro de 2000, quando recomeçou a violência entre palestinos e israelenses, depois de uma visita de Ariel Sharon a um local santo para os muçulmanos, o conflito violento recomeçou, sendo chamado de segunda intifada. O estopim foi uma provocação deliberada do então candidato a primeiro-ministro Ariel Sharon, líder da oposição ao governo de Ehud Barak e porta-voz da linha dura israelense. Cercado de guarda-costas, ele visitou a Esplanada das Mesquitas, na parte murada de Jerusalém, onde ficam as mesquitas de Al-Aksa e de Omar, um conjunto que é o terceiro entre os lugares santos do Islã.
Israel - Estado criado em 1948 na região histórica da Palestina, é um dos menores países do Oriente Médio e tem 60% de seu território coberto por deserto. O fato de ser o único país judeu em um área predominantemente islâmica marcou cada aspecto de suas relações diplomáticas, econômicas, políticas e demográficas. Nos últimos anos, tornou-se um grande pólo de tecnologia e informática. Tem um presidente, com poder mais simbólico que efetivo, e um poderoso primeiro-ministro, que passou a ser escolhido por eleições diretas a partir de 1996. As origens dos atuais conflitos são anteriores à criação do país. Já no início do século XX , a Palestina, por ser considerada o berço do povo judeu, estimulou a imigração de judeus, inspirados por um movimento conhecido como sionismo, que entraram em disputa com os povos árabes da região. Nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial (1939-1945), a Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu um plano para dividir a Palestina entre árabes e judeus. Os árabes rejeitaram o plano, que foi aceito pelos judeus, criando-se então um Estado independente em 1948. Imediatamente, cinco nações árabes atacaram Israel. No fim da guerra, em 1949, e nos anos seguintes, Israel ampliou seu território e anexou Golã. Também ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Mesmo Jerusalém, que os judeus consideram capital do país, continua sendo alvo de disputa.
Jihad Islâmica - Grupo terrorista palestino de orientação fundamentalista. Tradicionalmente, ela tenta realizar ações terroristas contra alvos israelenses no aniversário da morte de seu líder, Fathi Shaqaqi, assassinado em Malta, em outubro de 1995. Financiada pelo Irã, é a mais independente das facções extremistas e conta com apoio restrito da população. Seu líder é Ramadan Shallah, ex-professor da Universidade da Flórida. Seu objetivo é destruir Israel e criar um Estado islâmico na região, sob controle de palestinos.
Jerusalém - Local de peregrinação para três religiões: a católica, a judaica e a islâmica. Para os católicos, é o local onde Jesus Cristo foi crucificado e ressuscitou. Para os judeus, é a cidade que o rei Davi transformou em capital do reino unificado de Israel e Judá. Para os muçulmanos, é a cidade dos profetas que precederam Maomé.
Likud - Partido político conservador de Israel formado em 1973 em torno da proposta de anexar ao Estado de Israel os territórios ocupados durante a Guerra dos Seis Dias: Sinai, Faixa de Gaza, Cisjordânia e Colinas de Golã. Menachim Begin foi seu primeiro líder. A partir de 1999, o partido passou a ser liderado por Ariel Sharon, ex-primeiro-ministro de Israel que está em estado vegetativo permanente. Likud é a palavra em hebreu para unidade.
'Muro da Vergonha' - forma como é conhecida, entre os palestinos e parte da comunidade internacional, a barreira que Israel construiu para separar suas próprias cidades da Cisjordânia. Os israelenses alegavam que a medida era legítima, já que o muro tornaria muito difícil a entrada de palestinos em seu território - assim, o número de atentados terroristas cairia de forma drástica. Os críticos, contudo, disseram que a construção da barreira tiraria território palestino, acentuaria as diferenças econômicas entre os povos e não contribuiria para a paz.
Nablus - Localizada no norte da Cisjordânia, entre as montanhas de Gerizim e Ebal, é a maior cidade palestina. Região bíblica, onde Abraão e Jacó teriam vivido e onde estariam enterrados, é também um importante centro comercial da região produtor de azeite e vinho.
OLP - A Organização pela Libertação da Palestina, grupo político criado em 1964 com o objetivo de formar um Estado palestino independente. Em 1994, a Autoridade Nacional Palestina assumiu muitas das funções administrativas e diplomáticas relativas aos territórios palestinos que antes eram desempenhadas pela OLP. Esta passou a ser uma espécie de guarda-chuva político e militar, abrigando facções como Al Fatah, As-Saiga e a Frente de Libertação da Palestina. A OLP tem três corpos: o Comitê Executivo, com 15 membros, que inclui representantes dos principais grupos armados; o Comitê Central, com 60 conselheiros e o Conselho Nacional Palestino, com 599 membros, que historicamente tem sido uma assembléia dos palestinos. A OLP também tem serviços de saúde, informação, saúde, finanças, mas desde 1994 passou estas responsabilidades para a ANP.
Palestina - É uma região histórica situada na costa leste do Mar Mediterrâneo, no cruzamento entre três continentes, que foi habitada por diversos povos e é considerado local santo para cristãos, judeus e muçulmanos. Sua extensão tem variado muito desde a Antigüidade. Atualmente, as áreas palestinas são a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Ramallah - Cidade palestina com cerca de 180.000 habitantes, é dividida em dois setores, de tamanhos semelhantes: Ramallah, que é predominantemente cristão, e Al Birah, de maioria islâmica. Fica a 872 metros acima do nível do mar e 1.267 metros acima do Mar Morto, distante 15 quilômetros ao norte de Jerusalém. É a sede da Autoridade Nacional Palestina e abriga a principal universidade palestina, Bir Zeit.
Sionismo - movimento político e religioso pela criação de um Estado judeu que surgiu no século XIX e culminou na criação do Estado de Israel em 1948. O nome vem de Zion, a montanha onde foi construído o Templo de Jerusalém . O termo sionismo foi usado pela primeira vez para nomear um movimento em 1890, pelo filósofo austríaco judeu Nathan Birbaum.
 Fonte: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/crise_palestina/glossario.html - Acesso em 12/07/2010.

A Questão Palestina


Na Gaza Palestina, a miséria só fez crescer

 A ascensão política do Hamas afastou doadores e aprofundou dificuldadess: criança entre a pobreza de cidade da Faixa de Gaza
Situada às margens do Mar Mediterrâneo, a Faixa de Gaza é um símbolo da resistência palestina. Afinal, assim que Israel iniciou a guerra de 1948, palestinos migraram em massa para a região em busca de abrigo. Atualmente, Gaza é também símbolo de pobreza, desemprego e da falta de perspectivas, agravadas pela interrupção do envio de recursos internacionais para a população local.
O bloqueio foi determinado por Israel - que controla as fronteiras do território - quando o grupo islâmico Hamas venceu as eleições gerais de 2006 e e tem sido mantido, com raros momentos de abertura, pelo governo israelense. Tel-Aviv alegou que se recusava a repassar recursos a um governo apoiado em uma facção terrorista. EUA e Europa apoiaram a decisão israelense, tentando pressionar o Hamas a, finalmente, reconhecer a existência do Estado de Israel.
A falta de dinheiro não demorou a ser sentida por uma região que era já bastante debilitada. Segundo a Cruz Vermelha, passaram a faltar remédios nos hospitais, por exemplo. Até os salários de mais de 160.000 funcionários da Autoridade Nacional Palestina (ANP), responsável pela administração do território, atrasaram por meses. O fato ajudou a afundar ainda mais a realidade de milhões, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia. Em muitas áreas falta mesmo o básico: comida.
Problemas históricos - Os problemas vêm de longe. Com a ocupação israelense, entre 1967 e 2005, e a conseqüente revolta palestina, a Intifada, o território caiu em instabilidade social e estagnação econômica. Antes do início da segunda Intifada, em 2000, mais de 30 mil palestinos cruzavam a fronteira diariamente para trabalhar em Israel. Porém, com o aumento da violência, passagens passaram a ser fechadas e postos de trabalho foram extintos. A renda local caiu. Segundo a ONU, cada palestino que trabalha sustenta outros sete que não têm o que fazer. Em 2007, segundo a ONU, cada palestino que trabalhava sustentava outros sete que não tinha o que fazer. Mais de 600.000 dependiam exclusivamente de ajuda humanitária internacional, o que dá a dimensão da falta que o dinheiro bloqueado por Israel faz.
Acesso em 12/07/10 às 13:18

segunda-feira, 5 de julho de 2010

 Foto Panorâmica do Açude Velho em Campina Grande a partir do Edifício da FIEP.
Não consegui identificar o autor desta foto, mas, se alguém a reconhece como sua, darei o crédito no Blog
Para acessar um pouco da memória histórica de Campina Grande visite este blog:
http://cgretalhos.blogspot.com/

Contexto Histórico-Geográfico da obra As Velhas, de Lourdes Ramalho

A peça teatral As Velhas foi concebida no ano de 1975. A autora demonstra um enorme senso crítico ao tratar de forma muito clara a questão do flagelo da seca e da corrupção, que revela a indústria da seca no Nordeste Brasileiro.

A calamidade social que assola o Nordeste brasileiro é fruto da inconstância dos fenômenos climáticos que atingem a região. O Nordeste do país apresenta baixos índices de pluviosidade, principalmente na sub-região do Sertão Nordestino, no chamado polígono das secas.

A obra As velhas está ambientado neste cenário, denominado de Sertão. Como pode ser observado nos versos do personagem Chicó.

Pode chover Canivete

Quem ta falando é Chicó

Fio de dona Mariana

Macho nascido nas brenha

Do sertão de Piancó.

O espaço sertanejo da obra é delimitado ora pelo sertão de Piancó, ora por Juazeiro (não há uma definição se é Juazeiro do Norte no Ceará ou Juazeiro na Bahia, que faz divisa com Petrolina em Pernambuco). Branca diz: Mas a gente é que paga o pato. – Por que foi que se saiu do Juazeiro? Ora, cita-se o Rio Grande (possivelmente Rio Grande do Norte, já que a personagem Branca fala na região do Seridó). Sendo o Seridó uma das áreas de menor precipitação pluviométrica do Nordeste. Abrangendo parte do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

Fica claro que os personagens são verdadeiros retirantes da seca que atinge a região sem piedade. Como na fala de Chicó: (...) Já se andou por tudo quanto é canto. Eu mesmo quase fui enterrado em Catolé do Rocha, terra em que se mata gente no meio da rua por brincadeira. Entrei lá numa fria...

A desigualdade social também é evidente, os trabalhadores rurais estão sujeitos aos mandos e desmandos do Dr. Procope personagem que detém o poder econômico e político da região onde se ambienta a obra. Além da questão social evidencia-se a corrupção e mau uso do dinheiro público, o Dr. Procope, de acordo com o texto, alista defuntos e até Pirrita, o Jumento de Zé Catota tá “ganhando” dinheiro com a frente de emergência.

A escassez de chuva no Sertão caracteriza a calamidade climática que periodicamente se abate sobre o Nordeste brasileiro, cujas sequelas são o desemprego, o sofrimento da população, o êxodo rural, caracterizado na obra pelos retirantes Mariana, Chicó e Branca. E ainda os prejuízos econômicos impostos a todos indistintamente, mas, que atinge os mais pobres de forma diferenciada.

O fenômeno da escassez de chuvas ainda é um fenômeno pouco compreendido no país. Os estados do Sul e Sudeste são os que menos compreendem tal fenômeno. Já que existe no Nordeste o que denomina-se regionalmente de Seca Verde, ou seja, chove num curto período de tempo, mas não o suficiente para encher os barreiros e açudes, o milho e o feijão até chegam a brotar, mas morrem por falta de recursos hídricos. No entanto, a Caatinga (mata branca em Tupi), que é um ecossistema exclusivamente brasileiro, encontra-se verde. O que dá a falsa impressão de que tudo vai bem para o sertanejo.

A Caatinga, é um bioma que apresenta características bem marcadas: o clima é semiárido, com baixos índices de pluviosidade, mal distribuídos no tempo e no espaço, a temperatura é elevada na maior parte do ano, os solos são rasos e pedregosos e a vegetação é xerófita, ou seja, adaptada à condição hídrica, com baixa precipitação elevada evaporação potencial. As plantas da Caatinga geralmente apresentam espinhos no lugar das folhas como forma de compensar a perda de umidade.

As personagens Branca e Mariana citam esse aspecto da Caatinga em suas falas:

Branca: É por isso que a senhora é tão seca, tão dura, tão amarga, mãe. A senhora é um espinheiro.

Mariana: Eu sei... Sou como as planta da terra – o cardeiro, o xique-xique... Elas é assim pra resistir à secura do sertão. Como podiam ser macia, delicada, se tem de viver num chão esturricado, sem água que amoleça o barro donde tiram seu sustento? – Mesmo assim sou eu – enfrento a secura dos meus dias, sem refrigério da palavra amiga, sem ajuda de um ombro ou mão que me sustente nas fraqueza, que me acarinhe a cabeça cansada de pensar, de padecer as agonia de tá só, de viver só o resto de meus dias...

Parafraseando Euclides da Cunha. A vegetação e o povo do Sertão são antes de tudo, uns fortes.

A diminuição do patrimônio dos trabalhadores rurais força às migrações por razões econômicas. É comum observar as rodoviárias apinhadas de gente tentando uma vida melhor nas grandes cidades, ou em busca de emprego nas lavouras de café e cana de açúcar como trabalhadores temporários.

Estes trabalhadores tornam-se presas fáceis dos chamados “gatos”, recrutadores de mão de obra para algum empreendimento rural que os torna “escravos” por dívida, já que a própria viagem dos trabalhadores é paga não pelo contratante, mas, pelo contratado. Quando chegam ao destino, as promessas de alojamento, comida e equipamentos eram só promessas. O “contratado” contrai nova dívida no barracão do “contratante”. Vira então uma bola de neve, já que a dívida só faz crescer.

É o trabalhador numa condição análoga a de escravo, situação encontrada tanto no Nordeste quanto pelo interior do Brasil, inclusive nas fazendas de importantes políticos.

Pode-se comparar tal situação com as frentes de emergência citadas na obra de Lourdes Ramalho.